Reflexão

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Nenhuma escolha será boa, porém, se não soubermos quem somos” (Peter Drucker)


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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A tal da felicidade: transição de carreira sem sobressalto


Professora da FGV mostra como identificar qual movimento de carreira você realmente precisa fazer antes de tomar medidas drásticas
Caroline Marino (redacao.vocesa@abril.com.br)  29/01/2013

Ana Luisa Pilopas, da FGV: o profissional deve entender as razões do seu desejo de mudança                   Crédito: Alexandre Battibugli
Ana Luisa Pilopas, da FGV: o profissional deve entender as razões do seu desejo de mudança - Crédito: Alexandre BattibugliNos últimos três anos, a coach e professora Ana Luisa Pliopas, 
coordenadora do Centro de Estágio e Colocação Profissional (Cecop), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), recebeu dezenas de executivos em seu escritório dizendo-se insatisfeitos com o trabalho e com vontade de jogar tudo para o alto.

O conselho inicial que ela dá a todos é o mesmo: identificar a fonte do desgosto. Isso porque nem sempre é preciso uma mudança radical, como trocar de profissão, para encontrar a tal felicidade no trabalho. Segundo Ana Luisa, às vezes apenas uma mudança de empresa ajuda. "O profissional deve saber se a insatisfação está na companhia, no chefe ou na atividade em si", diz. Em entrevista a seguir, Ana Luisa, explica como escolher o melhor caminho e fala sobre os obstáculos que podem vir com a mudança.
Quais sinais apontam que é preciso mudar?
Os mais comuns são velhos conhecidos: falta de vontade de ir ao trabalho, sensação de que não está mais evoluindo profissionalmente, redução de esforço para desempenhar as atividades do dia a dia, falta de vontade de ajudar a equipe e mau humor.
Por que, hoje em dia, os profissionais sentem tanta angústia no trabalho que têm?
A insatisfação é normal, principalmente, dos 30 aos 40 anos. Nessa fase, o profissional questiona muito suas escolhas. Sempre existirá algo que você não vai gostar em sua profissão. A questão não é essa, é a maneira com que faz seu trabalho e o propósito que dá a ele. Se você acredita nele e tem prazer na maioria das atividades, é possível ser feliz. Questionar-se sobre seus valores e desejos ajuda a encontrar um emprego que faça sentido. Mas não dá para esperar um trabalho onde você passe 100% do tempo fazendo coisas que você gosta. Isso é ilusão.
Como decidir que caminho seguir?
Alguns exercícios podem ajudar nessa descoberta. Durante uma semana, ao final do dia, analise as atividades que você mais gostou de fazer e dê notas. Isso começa a nortear sua insatisfação. Reserve um tempo fora do trabalho para escrever sobre as coisas que lembra que gostava de fazer no passado e faça uma lista do que não pode faltar em seu trabalho. Para alguns, por exemplo, não pode faltar um ambiente tranquilo, para outras, um horário flexível é essencial, para outros um salário alto é o mais importante.
Para os que decidem fazer a transição mais radical, que é a de mercado, é possível traçar um roteiro para a mudança?
A primeira etapa é a de preparação, de conhecimento pessoal. Identifique quais são suas características pessoais, seus valores, suas preferências, objetivos pessoais e o que realmente você gosta de fazer. Depois disso vem a etapa de exploração. Sabendo mais sobre você, imagine três opções de profissão que você imagina que dariam certo e investigue. Converse com profissionais da área, leia. As pessoas têm muita ilusão quando pensam em carreira. Muitas vezes, vislumbram uma profissão, sem de fato conhecer como é seu dia a dia. Sempre haverá uma parte pesada no trabalho. O recomendado, quando se pensa em fazer uma transição de carreira, é realizar pequenos experimentos.  Veja os detalhes da profissão, como é a rotina de trabalho e como são as pessoas daquela área.
Para assumir uma nova carreira, é preciso saber lidar com as emoções?
Depende da etapa da transição e de qual mudança vai fazer. Se for uma mudança de mercado, depois de ter uma trajetória profissional bem sucedida, pode ser muito traumático, pois o profissional perde grande parte da identidade - ele vai recomeçar, literalmente. Vai trocar uma posição de gerência por um estágio, por exemplo, o que significa voltar a receber ordens. Nem todo mundo aguenta isso. Mas se houver um bom planejamento pessoal e financeiro, a mudança vale a pena.

Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/carreira-transicao-tal-felicidade-transicao-carreira-sobressalto-732262.shtml

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