Professora da FGV mostra como identificar qual movimento de carreira
você realmente precisa fazer antes de tomar medidas drásticas
Ana Luisa Pilopas, da FGV: o profissional deve entender as razões do seu
desejo de mudança Crédito: Alexandre Battibugli
Nos últimos três anos, a coach e professora Ana
Luisa Pliopas,
coordenadora do Centro de Estágio e Colocação Profissional (Cecop), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), recebeu dezenas de executivos em seu escritório dizendo-se insatisfeitos com o trabalho e com vontade de jogar tudo para o alto.
coordenadora do Centro de Estágio e Colocação Profissional (Cecop), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), recebeu dezenas de executivos em seu escritório dizendo-se insatisfeitos com o trabalho e com vontade de jogar tudo para o alto.
O conselho inicial que ela dá a todos é o mesmo:
identificar a fonte do desgosto. Isso porque nem sempre é preciso uma mudança
radical, como trocar de profissão, para encontrar a tal felicidade no trabalho.
Segundo Ana Luisa, às vezes apenas uma mudança de empresa ajuda. "O
profissional deve saber se a insatisfação está na companhia, no chefe ou na
atividade em si", diz. Em entrevista a seguir, Ana Luisa, explica como
escolher o melhor caminho e fala sobre os obstáculos que podem vir com a
mudança.
Quais sinais apontam que é preciso
mudar?
Os mais comuns são velhos conhecidos: falta de
vontade de ir ao trabalho, sensação de que não está mais evoluindo
profissionalmente, redução de esforço para desempenhar as atividades do dia a
dia, falta de vontade de ajudar a equipe e mau humor.
Por que, hoje em dia, os profissionais
sentem tanta angústia no trabalho que têm?
A insatisfação é normal, principalmente, dos 30 aos
40 anos. Nessa fase, o profissional questiona muito suas escolhas. Sempre
existirá algo que você não vai gostar em sua profissão. A questão não é essa, é
a maneira com que faz seu trabalho e o propósito que dá a ele. Se você acredita
nele e tem prazer na maioria das atividades, é possível ser feliz.
Questionar-se sobre seus valores e desejos ajuda a encontrar um emprego que
faça sentido. Mas não dá para esperar um trabalho onde você passe 100% do tempo
fazendo coisas que você gosta. Isso é ilusão.
Como decidir que caminho seguir?
Alguns exercícios podem ajudar nessa descoberta.
Durante uma semana, ao final do dia, analise as atividades que você mais gostou
de fazer e dê notas. Isso começa a nortear sua insatisfação. Reserve um tempo
fora do trabalho para escrever sobre as coisas que lembra que gostava de fazer
no passado e faça uma lista do que não pode faltar em seu trabalho. Para
alguns, por exemplo, não pode faltar um ambiente tranquilo, para outras, um
horário flexível é essencial, para outros um salário alto é o mais importante.
Para os que decidem fazer a transição
mais radical, que é a de mercado, é possível traçar um roteiro para a mudança?
A primeira etapa é a de preparação, de conhecimento
pessoal. Identifique quais são suas características pessoais, seus valores,
suas preferências, objetivos pessoais e o que realmente você gosta de fazer.
Depois disso vem a etapa de exploração. Sabendo mais sobre você, imagine três
opções de profissão que você imagina que dariam certo e investigue. Converse
com profissionais da área, leia. As pessoas têm muita ilusão quando pensam em
carreira. Muitas vezes, vislumbram uma profissão, sem de fato conhecer como é
seu dia a dia. Sempre haverá uma parte pesada no trabalho. O recomendado,
quando se pensa em fazer uma transição de carreira, é realizar pequenos
experimentos. Veja os detalhes da profissão, como é a rotina de trabalho
e como são as pessoas daquela área.
Para assumir uma nova carreira, é
preciso saber lidar com as emoções?
Depende da etapa da transição e de qual mudança vai
fazer. Se for uma mudança de mercado, depois de ter uma trajetória profissional
bem sucedida, pode ser muito traumático, pois o profissional perde grande parte
da identidade - ele vai recomeçar, literalmente. Vai trocar uma posição de
gerência por um estágio, por exemplo, o que significa voltar a receber ordens.
Nem todo mundo aguenta isso. Mas se houver um bom planejamento pessoal e
financeiro, a mudança vale a pena.
Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/carreira-transicao-tal-felicidade-transicao-carreira-sobressalto-732262.shtml
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