Reflexão

“Nunca tivemos tantas opções para decidir nosso destino.
Nenhuma escolha será boa, porém, se não soubermos quem somos” (Peter Drucker)


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terça-feira, 9 de julho de 2013

EU FIZ COACHING

“EU FIZ COACHING”

Você já viu um atleta talentoso perder porque, na hora H, parecia desconcentrado? Percebeu a falta de garra de um time ou, ao contrário, a incrível performance de outro? É mesmo mais fácil ver tudo isso quando a gente observa a cena de fora, exatamente como faz um coach, termo que significa treinador e migrou do mundo esportivo para o universo das relações profissionais.

'Aprendi a lidar com as emoções de uma forma mais madura'
Maria Isabel Berto Magdaleno de Paiva tem 44 anos e, desde os 24, quando começou a trabalhar, sempre esteve envolvida com a área de RH. Não teve dúvida na hora de escolher o tema da sua pós-graduação - gestão de pessoas-, similar ao do MBA, que fez na Fundação Getúlio Vargas. Mas, mesmo com toda essa bagagem, ficou insegura na hora de assumir o posto de diretora de RH. 'Num momento de grandes mudanças dentro da empresa, senti que precisava de ajuda para me organizar e planejar o futuro', diz Isabel, que, depois de ter acompanhado tanta gente nesse mesmo processo, decidiu usar o coaching a seu favor. Aqui, ela conta a experiência.
Depois de oito meses no cargo, com a empresa passando por uma fase importante de transição, percebi que não estava conseguindo lidar com a alta expectativa da situação. Além disso, era a única mulher na diretoria... Tinha que entender melhor quais eram meus objetivos naquela nova função, e isso era urgente, sob o risco de comprometer questões da empresa e o meu próprio desempenho. Fiz dez sessões individuais, que aconteciam uma vez por semana ou a cada 15 dias, dependendo da minha ansiedade, da disponibilidade e também do quanto eu mesma tinha conseguido fazer das 'lições de casa'. Nesses encontros, relatava meus problemas e o coach fazia perguntas, buscando aguçar meu raciocínio para que eu mesma encontrasse as respostas. À medida que contava minhas dificuldades, ele me dava sugestões e ia me conduzindo com exercícios. Se ia lidar com algum assunto complicado, por exemplo, eu planejava e escrevia tudo antes, como um roteiro: qual era meu objetivo naquela conversa; o que pretendia com tal pessoa; quais resultados queria atingir; assim por diante. Isso ajudava a não sair do foco. Aí praticava com o coach, que me orientava sobre a forma de falar, o tom de voz, a postura, a atitude etc. Parece simples, mas é um processo que exige dedicação e sinceridade, sobretudo consigo mesma. É como se a gente fosse planejar uma viagem. Tenho que descobrir para onde quero ir, que lugares quero conhecer, como vou me preparar... A gente foca o alvo, elabora um plano, pensa em ações e parte para a prática.
O coaching durou quatro meses, mas, até hoje, faço sessões extras quando sinto necessidade. Passar por isso me trouxe mais segurança. Aprendi a controlar minhas emoções, a lidar com elas de uma forma mais madura. Passei a ouvir mais e fiquei mais objetiva. Ganhei como pessoa e como profissional.'

3 perguntas para o especialista

Sílvio Celestino é um coach, o profissional especializado em orientar outros profissionais em busca de certos resultados. Às vezes, a meta é aprimorar a performance pessoal; em outros casos, a ideia é melhorar os relacionamentos ou definir contornos de um novo projeto. Esse processo pode ajudar a crescer, a repensar a carreira e até a vislumbrar outra. Sílvio - ex-empresário da área de tecnologia da informação- refez a sua depois de um coaching, experiência que ele conta no livro Conversa de elevador - Uma fórmula de sucesso para sua carreira (ed. Sedna, 184 págs., R$ 30).

Marie Claire O que acontece no coaching - é como se fosse uma sessão de terapia?
Sílvio Celestino
É diferente do processo terapêutico, que procura explicações no passado. O foco do coaching é no futuro: onde a pessoa pretende chegar e que ações pode realizar para isso. Diálogo é uma boa palavra para definir o que acontece em uma reunião de coaching. Conversando, traçamos um plano para a pessoa atingir determinada meta, e isso vira lição de casa. Na reunião seguinte, avaliamos os resultados desses primeiros passos e, principalmente, a forma como ela agiu, se negociou e transpôs ou não as dificuldades. Se a pessoa não é bem-sucedida nessa etapa, vamos atrás do motivo: estresse, falta de foco, incapacidade de lidar com frustrações? Feito o diagnóstico, o coach usa técnicas que conduzem o profissional a novas ações. Esse processo vai sendo repetido até que ela realize seu desafio.

MC O que leva alguém a fazer coaching? E as empresas, por que chamam um coach?
SC
No primeiro caso, as principais queixas têm a ver com estresse, definição da carreira e equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. Já no que chamamos de 'coaching executivo', há as dificuldades de comunicação, os problemas nos relacionamentos, a busca por alta performance profissional e questões ligadas à gestão do tempo.

MC O coaching também é indicado para quem tem vontade de mudar de área?
SC
Sim, eu passei por isso. Todo mundo pode enfrentar momentos em que se sente perdido ou quer mudar de profissão e não sabe por onde começar. O processo ajuda a refletir e a ver novas perspectivas a partir de uma visão diferente. Em geral, estamos muito envolvidos em nossas próprias realidades e não é fácil enxergar alternativas. Com o coaching, a pessoa é levada a pensar em aspectos que não está observando e motivada a criar atitudes que viabilizam seu sonho.

ONDE ENCONTRAR Como a prática é relativamente nova e ainda não conta com regulamentação governamental, é importante buscar referências e indicações nas várias entidades que já existem (no Brasil e no mundo) e que conferem credibilidade aos profissionais: Sociedade Brasileira de Coaches (www.sbcoaching.com.br), Federação Internacional de Coaches (www.coachfederation.0rg/ICF), Instituto de Coaching Integrado (www.coachingintegrado.com.br), Lambent do Brasil (www.lambent.com) ligada à International Coaching Community (www.internationalcommunity.com) e FIA - Fundação Instituto de Administração (www.fia.com.br).


QUANTO CUSTA As qualificações e a própria experiência do profissional certamente pesam no valor do coaching, mas, em média, a sessão individual de 60 minutos sai por cerca de R$ 300. Quando o processo acontece dentro de uma empresa, o valor da reunião de 60 minutos pode chegar a R$ 500. Já o coaching em grupo (cinco pessoas, em geral) custa em torno de R$ 2.500 e as sessões duram duas horas.



  
ORGANIZADOS VIVEM MAIS
É o que diz uma pesquisa. Aqui, dicas para ajudar as bagunceiras

Agora você tem mais um motivo para arrumar a bagunça. Um estudo da Universidade da Califórnia (EUA) com 9 mil voluntários mostrou que pessoas organizadas vivem até quatro anos mais do que as desorganizadas. A explicação é simples: 'Os ordeiros tendem a ser mais disciplinados e tomam atitudes mais conscientes em vários aspectos da vida. Assim, são mais saudáveis: fumam e bebem menos, correm menos riscos...', diz o psicólogo Howard Friedman, autor da pesquisa. A personal organizer Luiza Vieira dá dicas para ajudar as desordeiras a diminuírem o caos - pelo menos no escritório.
Agenda
Anote tudo: tarefas, compromissos do dia, pendências. Para que seu tempo renda, tente fazer primeiro o que for mais fácil e deixe o mais difícil e demorado para o final.

Mesa de trabalho
Providencie uma lixeira. Descartar o que é inútil é fundamental para manter tudo em ordem. Em cima da mesa, ficam somente papéis relacionados ao projeto que está atualmente em andamento e objetos usados diariamente, como canetas, grampeador e calculadora. As gavetas devem ser organizadas por categorias: deixe uma delas para objetos pessoais.
Documentos de computador
Os arquivos virtuais devem ser organizados por assunto. Faça semanalmente backup em DVD de tudo que é importante. Promova uma faxina a cada seis meses, apagando os documentos e e-mails de assuntos encerrados. Mantenha separados os arquivos pessoais dos profissionais.



Fonte: Revista Marie Claire – Fev/2009


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